Ela sente as habituais borboletas no estômago quando a hora se começa a aproximar. É aquele nervosismo que não controla por nada mas que a faz sentir bem. Significa que ainda fica nervosa ao vê-lo, que ainda sente o mesmo que sentia no primeiro dia… Que continua a querer estar com ele.
Ele vem apressado, cheio de saudades dela e de vontade de a ter nos braços. Não demonstra que está nervoso, mas ela sabe.

Têm os dois o coração num aperto tremendo enquanto não sentem a presença um do outro, é isso que os acalma: a certeza de que estão juntos naquele momento.
Os corações acalmam quando trocam os primeiros beijos e ficam mais à vontade. As saudades vão diminuindo, mas ela tem sempre na cabeça a ideia de que vai ter que o ver partir outra vez. Não sabe se ele pensa o mesmo. Nunca lhe perguntou.

As trocas de olhares cúmplices são substituídas pelas conversas banais e muitas vezes parvas, os pequenos pormenores fazem a diferença.

Chega a hora de voltarem a separar-se. Ela muda de expressão. A expressão alegre e iluminada é substituída por uma cara triste, como quem está prestes a romper em lágrimas por ver o seu namorado partir mais uma vez. Custa-lhe ver a mesma cena vezes e vezes sem conta sem poder fazer nada para a mudar.

Despedem-se, ele vira as costas e diz adeus, mas ela volta a pegar-lhe na mão e entrega-lhe um último beijo apaixonado para que ele não se esqueça dela. ‘Até à próxima, amo-te’, diz ele. Ela nunca consegue conter o riso ao ouvir o tão típico ‘até à próxima’, nem consegue evitar um sorriso de orelha a orelha ao ouvir as suas palavras, mas dói-lhe. As três palavras que ele sempre lhe dirige significam distância e saudade, dois termos que ela odeia.

Ele partiu. Ela fica a pensar nele, no que passaram juntos, no que disseram e no que ficou por dizer, mas não sabe se ele se preocupa em pensar nas mesmas coisas. Também nunca lhe perguntou isso.

Ana Laura